Ponto situação do AFIR

AFIR é um regulamento feito pela União Europeia. Na verdade, consiste num acrónimo, tratando-se das iniciais de Alternative Fuel Infrastructure Regulation, que pode ser traduzido como Regulamento sobre a Infraestrutura de Combustíveis Alternativos. Esta iniciativa da União Europeia tem como escopo promover uma adoção mais célere de veículos de zero emissões. O AFIR também visa promover o desenvolvimento de uma infraestrutura de carregamento eficiente e acessível em toda a União Europeia.

Com este regulamento, foram estabelecidas metas obrigatórias para a infraestrutura de combustíveis alternativos na União Europeia. O AFIR integra o pacote Objetivo 55. O seu objetivo consiste em contribuir para uma redução das emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 e a grande ambição está no alcance da neutralidade climática até ao ano de 2050.

Com a adoção do regulamento, passou-se a exigir que os Estados-Membros forneçam 1,3 kW de potência de carregamento por BEV (no mínimo) e 0,8 kW por PHEV registados na sua frota. Os objetivos são distintos em cada Estado-Membro, pois a dimensão projetada da frota é relevante. Todos os países cumpriram com esta meta para o objetivo de 2024 e, para 2025, 88% já têm este objetivo cumprido.

Existem diversos níveis de atingimento nesta meta. O nosso país tem 150% a 200% do objetivo cumprido. Por isso, está muito bem posicionado, no quarto patamar. Portugal até está no segundo pelotão, no que diz respeito em termos de vendas, estando próximo dos países com maior crescimento de veículos elétricos. Nesta etapa, será importante reconhecer que a rede deveria acompanhar este crescimento em maior medida. Relativamente ao objetivo de potência de carga definida pelo regulamento para 2024, o nosso país já cumpriu entre 150% e 200%, uma realidade bastante positiva que permite que Portugal se encontre bem posicionado, estando entre os líderes europeus. No ano de 2024, o rácio de veículos por carregador na rede pública foi reduzido para 21, estando mais próximo dos níveis registados em 2022.

Estima-se que em 2025 haja uma maior aproximação da Dinamarca, Suécia e Países Baixos, que consistem em nações com uma correlação menos díspar entre vendas de veículos elétricos e capacidade da rede de carregamento. Numa análise feita aos últimos números da rede de carregamento, é possível constatar que existiu uma evolução considerável, comparando com o ano de 2023, em que havia sido verificada uma estagnação no crescimento da rede. A evolução nos números da rede de carregamento revela-se assim um indicador excelente, que significa que um condutor viu o processo de encontrar um posto de carregamento facilitado, seja nas imediações da sua residência, seja quando realiza uma viagem mais longa.

NoEstudo Mobilidade 2025, podemos encontrar todos os números que comprovam o ponto situação do AFIR. A equipa de consultoria da Ayvens tem realizado uma análise da rede de carregamento ao longo de 3 anos. O rácio de veículos por carregador na rede pública revela-se um indicador decisivo. Embora no ano de 2023 tenha existido um recuo evidente no que diz respeito ao desenvolvimento da rede, tendo existido 28 veículos por carregador na rede, em 2024 houve sinais de recuperação evidentes, com 21 veículos por carregador.

Estes números permitem concluir que se trata do melhor cenário dos últimos 5 anos. Ao apresentar uma realidade com 21 veículos por carregador, o rácio é igual ao de 2022. Apesar deste contexto positivo, convém manter a ambição. Neste parâmetro, Portugal continua bem afastado da média Europeia, fixada nos 12 veículos por carregador disponível. Espera-se que em 2025 e nos próximos anos essa diferença seja reduzida.